sábado, 29 de maio de 2010

NÓS QUE AQUI ESTAMOS, POR VÓS ESPERAMOS

Marcelo Masagão

Uma eterna memória do século XX

Contextualizar a história de uma época na qual não fizemos parte e ou muitas vezes tomamos ciência através dos professores em sala de aula, livros, televisão e por nossos avos e pais sempre foi e será enriquecedor. Mas quando passamos a viajar através de imagens, de fatos da nossa história em todo o mundo desde a revolução industrial aos mais recentes episódios do cotidiano que vivenciamos no dia-a-dia são simplesmente magnífico. É uma introspecção a um filme do diretor – Marcelo Masagão que retrata não somente fatos históricos, mas ao mesmo tempo nos leva a questionar o que, como, porque e conseqüências que o homem vem fazendo com o universo. Ao assistir ao filme não importa a sequencia, porque simplesmente não tem um fim muito menos começo, o que existe é uma infinidade de questionamento que passamos a refletir, comovente sim e nos traz a uma sensação de impotência em determinados momentos, eventos vem se repetindo ao longo dos anos, o que muda são as pessoas, a época e a forma como atuam.

Comovente, deslubrante e altamente ”pensante”, educacional, ainda que o telespectador não tenha conhecimento das personalidades e fatos que ali estão induz à curiosidade, a pesquisar e saber da historia do mundo como: a queda do Muro de Berlim, a violenta Revolução Cultural na China dos anos 70, sob os pés de Mão Tsé-Tung, a extração aurífera em Serra Pelada no Brasil, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, e o inevitável desemprego da população, a fome, a perda da dignidade e a inutilidade dos diplomas dos letrados da época.

As imagens nos mostram a beleza de uma conquista e a crueldade da guerra. Imagens essas em que muitas nunca foram vistas, mas contadas. As imagens vão além da nossa imaginação e além do que poderíamos pensar da criação e dos atos do ser humano.

Esse seres nada mais são que Chefes de Estado como Stálin, Hitler, Pol Pot, Franco, Pinochet, Médici, entre outros, que causaram a morte de milhões de pessoas. Ainda vivemos uma paranóia, sem chefes, sem celebridades, mas de pessoas comuns, qualquer sujeito moderno pode ser um deles, nos seus atos, na subversão e nas alterações comportamentais. Ao longo do tempo, esses sujeitos viveram a sua “subjetividade privada” (Luiz Claudio Figueiredo) e prosperaram e influenciaram em normas e comportamentos culturais. Ao mesmo tempo tais condutas condicionaram a mortificação que fez com que o sujeito moderno percebesse que não são tão livres e que não possuem os meios para alcançar o que a sociedade exigia e exige, entrando em sofrimento e conseqüentemente em crise.

Sendo assim, Masagão construiu um mosaico de emoções onde a psicologia vem atuando em função da conseqüência da subjetividade dos atos do homem e da sociedade. O sujeito moderno continua construindo mosaicos e outras gerações há de vivenciar e questionar as adversidades, mas esperamos que essa mesma geração possa não somente refletir e sim da um basta a uma tragédia de insensibilidade.

Um comentário:

  1. Essa caminhada da reforma psiquiátrica, ainda está longe de acabar, mas estamos aqui, para também compartilhar.

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